A Prefeitura de Patos de Minas, por meio da Secretaria de Saúde, convocou veículos de imprensa nesta sexta-feira (14/2) para colaborarem em alerta importante: o aumento de casos de leishmaniose canina no município. De 2018 a 2023, foram registrados não mais que dez casos da doença por ano, enquanto, em 2024, chegaram a 79. O crescimento tende a continuar, segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), uma vez que a infecção já atingiu 20 cachorros somente nos primeiros 40 dias de 2025.
Médico veterinário da Secretaria de Saúde, Rafael Araújo classifica o cenário como preocupante. "A leishmaniose é uma zoonose grave, e esse aumento exponencial em Patos de Minas é uma alerta para todos nós. Por isso é importante que a comunidade saiba um pouco sobre a doença e, notando qualquer sintoma no animal, busque o CCZ", disse, explicando que fraqueza, emagrecimento, lesões no focinho e nas orelhas, além de crescimento anormal das unhas, estão os principais sinais da infecção.
A principal forma de prevenção é o uso de coleiras repelentes para mosquitos e manter os quintais limpos de matéria orgânica em decomposição. Ainda conforme o profissional, os bairros mais acometidos são Lagoinha, Sobradinho e Novo Horizonte. Rafael também informou que os casos de leishmaniose em seres humanos na cidade também aumentaram, passando de uma confirmação por ano até 2023 para três em 2024.
O Centro de Controle de Zoonoses testa gratuitamente os animais e faz as devidas orientações em caso de resultado positivo. O órgão fica situado na Avenida Major Gote, 1.748, Bairro Alto Caiçaras. O telefone de contato é 3822-9624.
Saiba mais sobre a leishmaniose canina:
Doença infecciosa grave, não contagiosa, a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é transmitida por meio da picada da fêmea infectada do inseto flebotomínio, popularmente conhecido como mosquito palha (veja imagem na galeria acima). Ele tem este nome devido a sua cor que lembra a tonalidade amarelada da palha, é muito pequeno e com longas asas. Ainda sobre as asas, elas possuem pequenos pelos bem característicos da espécie.
A proliferação do inseto é propiciada pela falta de higiene no ambiente Na sua forma de larva, o mosquito palha se alimenta de matéria orgânica, como lixo doméstico (restos de comida), frutos apodrecidos, folhas de árvores, vegetais em decomposição e fezes de animais.
Ao passo que o poder público adota medidas de controle do vetor, a sociedade também precisa fazer a sua parte. Entender o ciclo da doença, eliminar de suas residências possíveis focos que podem favorecer a proliferação do vetor, além de ter a posse responsável dos cães, são tarefas dos cidadãos.